Meu peito
como se ungido,
trêfego, e o
olhar ferido
na busca de
outro com dó.
Nó desse elo
partido
que me faz
caminhar só.
Quero o
jeito do ser ingente,
o corpo
sintonia da mente,
mas nada vem
sem dor.
Um beijo a
saliva sente.
Um abraço já
fica melhor.
Parto sem
medo, indene,
pois nada é
mesmo perene
nessa
estadia passageira.
Ente do mar,
sigo o leme
sobre a onda
derradeira.
Meu pranto
logo escorre,
face em que
o riso morre
no ir e vir
da maré.
Absorto,
meio de porre,
percebo o que
o mundo é.
Volto à boca
e aos braços,
desenho
todos os traços
dessa
singular viagem.
Os vestígios
dos abraços
renovam
minha coragem.
Os ventos
dizem meu rumo,
e não há
qualquer aprumo
que me pare
ou me prenda.
Canção, gole
e fumo
e logo
escapo pela fenda...
Trago sons
dissonantes
e a sede dos
amantes
que navegam
sem parada.
Os amores
são constantes.
A palavra é
versejada.
Tão junto e
tão sozinho,
tanta rosa e
tanto espinho
presentes
sem nenhum zelo.
A surpresa
pelo caminho.
A alegria e
o desmantelo.
Passo tensas
tempestades
e sofro com
as vaidades
que maculam
a vivência.
No trânsito
das idades
exercito a
paciência.
Pouco fica e
tudo passa:
um dengo que
se faça;
uma saudade
que insiste.
E o coração
só disfarça
o desejo que
já é triste.
Assim vagueio
pelos mares,
navegando os meus estares
sem
controle, nem calmaria.
Perco-me com
os olhares
que suscitam
a poesia.
R. Dantas
Lindo...e profundo
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