Na ponta
daquele espinho -
tão ferino e
aguçado –
tracei o meu
caminho,
sedento e
sozinho,
pelo solo
esturricado.
Eis a rude
palma –
tão bela e
vistosa –
trazendo-me
a calma,
serenando-me
a alma
e minha sede
inditosa.
Admiro a
macambira –
tão cheia e
perigosa –
sustando
minha ira;
e o medo que
me fira
pela
caatinga tinhosa.
Coroa de
frade incrustada –
tão dura e
singular –
pontuando a
caminhada,
solitária,
estafada,
de cancelas
a pular.
Armas dos
meus rincões,
armadilhas
para os invasores.
Sofrimentos
nos corações,
lágrimas
foram expressões
de um
passado de dores.
Tanto sangue
derramado,
gume de
gravata vermelha.
Um
Conselheiro idolatrado,
um Bello
Monte celebrado
que a nenhum
se assemelha!
Canudos,
mudas histórias,
utopia de
chão e fé.
Tiros, perdas
e glórias
gravadas nas
memórias
desde o fogo
de Maceté.
Trilhas de
Abade e Pajeú,
doloridas
suas lembranças.
A alma livre
e o corpo nu
acolhem ao
velho tabu
de não
perder as esperanças.
Acelero o
meu passo
pleno de
recordações.
Imagino um
terno abraço,
e o olhar
que meigo traço
desenha
minhas paixões.
Sertão em
que tanto bebo,
terra que
nua me acolhe.
Paragem que
trás sossego,
desnude e
descarrego
se há água
que lhe molhe.
São serras
majestosas,
Lajedos,
rios serenos.
São cachaças
apetitosas,
violas e
canções ditosas
a espargir
bons venenos.
Cruel a
seca, vil a labuta,
sertanejo
acabrunhado.
À fé o
coração perscruta,
pouca fala,
muita escuta
e um aboio é
recitado.
Trilhas de
rotas passadas,
labirinto de
rudes vielas.
Sertões das
almas penadas,
das ladainhas
pranteadas,
dos
préstitos à luz de velas.
Sertões,
sim, do presente.
Sertões,
sempre, do passado.
À terra
árida e quente,
ao sertanejo
forte e crente
o meu louvor
sacramentado.
Foto: fonte google
Salve, caba vei!!
ResponderExcluirLindeza de blog!
Solta os versos universo afora!
Adorei o poema! Muito bom... Já estava na hora de publicar :) Bjs, Carol.
ResponderExcluirAh! Então vc acertou a comentar, rs!
ResponderExcluirObrigado filha. Beijo.