Porta aberta para o
entardecer
por onde vejo o sol
em desmantelo.
Em mim a memória
sendo o elo
entre o medo e a
vontade de ser.
Cicatrizes de dores
passadas
que ainda hoje sutis
se desnudam.
Crepúsculo de nuvens
condensadas,
levemente
escurecem e mudam.
Aos poucos me invade
a calmaria
feito um barco no
rio largado.
E na rede me vem a
fantasia
de ser um vivente
iluminado.
O silêncio da noite
companheiro
renova o desejo de
ser poeta.
De livre perder-se
por inteiro
nos atalhos sem
linha reta.
E no seio de toda
essa viagem,
a ditar serenamente
meu pulso,
está você em lívida
imagem
provocando o
imediato impulso.
Abandonei-me, aqui, serenamente,
deixei-me pelos seus
olhos levitar.
E tudo que
produzirei na mente
ao seu encontro me
levará.
Roberto Dantas
Novembro/14
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