São muitos, mas às
vezes bastante sutis, os caminhos que se apresentam ante as incertezas e
surpresas que a vida oferta em sua sinuosa e complexa trajetória. São contingências
quase sempre sinalizadoras de imperativas transformações, que podem ou não
exigir sacrifícios. Talvez mesmo a boa
sabedoria e o equilíbrio sejam o esculento basilar para os próximos passos,
apesar de não compactuar tão facilmente, e para todas as circunstâncias da
vida, com este último traço comportamental ou com esta conduta exigida para
todos nós.
A ideia, que imagino
esteja na mente da grande maioria dos indivíduos, é a de sempre progredir, tal
qual, com esmerado saber, nos ensina a doutrina kardecista em relação ao
espírito. Por mais que a vida seja pontuada de idas e vindas e que, como bem
disse o poetinha*, “ser a vida a arte
do encontro, apesar de tantos desencontros na vida”, ela – havendo, sobretudo, sensibilidade
e disponibilidade para a escuta - ensejará as preciosas oportunidades de
revisão de conceitos, de mudança de opiniões, de reconhecimento dos nossos
erros, de absorção de novos e interessantes valores e, por aí, por essas
veredas da transformação e do conhecimento, seguirá sinalizando a sua rica,
contraditória e, por isso mesmo, bela senda.
Portanto, saudável é
sermos sensíveis e disponíveis, respectivamente para o âmago dos nossos
sentidos, para o que “dentro pulsa”, para a naturalidade dos nossos sentimentos
(em detrimento de tantas cobranças e convenções pré-fabricadas, “exteriores”);
e menos preocupados com o que se costuma propalar como sendo “padrão social” ou
“politicamente correto”. As aparências,
por mais que se desvelem extravagantes ou mascaradas, não iludem, por longa
temporalidade, aquilo que se esconde ou até mesmo se tenta ignorar no recôndito
da alma. Os faróis faciais, cedo ou tarde, abrupta ou sutilmente, através dos
contraditórios e até mesmo inesperados olhares, denunciam! Necessário refletir
e serenamente caminhar!
R. Dantas
Novembro/14
*Vinicius de Moraes
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