Súbita
vertigem, nós do querer,
laivos
prementes da ansiedade.
Subvertida a
lógica da idade,
conspurcados
os atos de prazer.
Verbos nem
sempre conjugados,
receios dos
desejos intestinos.
Camuflados
dizeres caninos,
visíveis
liames subjugados.
Tons de
acordes dissonantes,
cordas
partidas sob pressão.
Quase sempre
o temor do não,
fugas e
sombras delirantes.
Não há mais
vozes, há gritos,
rancores de
uma fala insana.
Verborreia que rude profana
aos sentidos,
gestos e ritos.
Assim fenece
uma poesia,
assim se
cala uma canção.
Assim se
borra uma grafia,
assim perece
um coração.
R.Dantas
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