Do amor fatiei um bocado
para florir este rude
chão.
Tal como faz o coração
que, terno, pulsa
compassado,
pulsei para compor a
canção.
O nosso ninho nesse sertão
é ornado por serras e
lajedos.
Tal como os doces e os
azedos
que, sublimes, ensejam a
paixão,
provei para espargir os
medos.
Não há como livrar-se da
poesia
para subverter aos vis desatinos.
Tal como os choros dos
meninos
que, dengosos, viram
arrelia,
arreliei ao modo dos
viperinos.
Vulneráveis os anseios
libertinos
jungidos aos poros
embriagados.
Tal como os abandonos dos
relegados
que, tristes, perdem seus
tinos,
perdi-me pelos desejos
abrasados.
Mas os tons aqui harmonizados
anunciam as querenças do
amor.
Tal como nos versos sem
dor
que, livres, são
declamados,
esvurmei, só, a mácula da
cor.
Assim enveredo sob
surpresas
atadas a cada novo palmilhar.
Tal como o brilho de um
olhar
que, sincero, mantém
acesas
as aventuras do meu
caminhar.
R.Dantas
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