quinta-feira, 29 de setembro de 2016

TRILHANDO...














Guardei do sorriso o brilho
e com ele percorri o trilho
da férrea e bucólica estrada.
Sem mais pensar em nada,
cantei, baixinho, o estribilho
da nossa canção eternizada.

Da boa semente é que se colhe
e com afetos a gente escolhe
a rota serena e dadivosa.
Ensejando a trilha ditosa,
caminhei como quem acolhe
a antiga estrada tortuosa.

Meu coração a cada passo,
e afinado ao leve compasso,
criou acordes para a canção.
Um aroma, um visgo, um botão
de uma flor cujo o laço
desatou nessa bela estação.


Tantas chegadas e partidas,
renovadas paixões paridas
no ir e vir do velho trem.
Trazer no âmago um alguém
e as lembranças encarecidas
pelos ardis do vai e vem.

E daquele sorriso guardado,
disponibilizo o meu renovado,
tal como um prazeroso escudo.
Às vezes falante, em outras mudo,
sigo o roteiro que não foi traçado;
a nada espero e espero tudo.


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