segunda-feira, 22 de outubro de 2018

DESMASCARO











Há tantas máscaras desnudadas,
âmagos inimagináveis revelados.
Rudes dizeres, hoje, emanados
em faces, antes, melindradas.

Há, também, olhares enviesados,
expressões de atitudes disfarçadas.
Desculpas frágeis são vomitadas
sob pífios gestos obstinados.

Revelam-se as mentes embotadas,
proliferam-se brados alucinados.
Os meliantes agora bem postados
e as insídias, ao léu, convocadas.

São faces de uma tosca idolatria,
sintomas de degradante insanidade.
Surdez que sinaliza comodidade!
Cegueira flertando com a patifaria!

Por qual via transitará a verdade?
Ou em qual porto haverá calmaria?
Não há argumento e, sim, histeria
e que se dane toda a humanidade!

Acordes grotescos de uma sinfonia:
eis a triste canção deste presente.
Na madrugada o silêncio penitente.
E todos os medos ao raiar o dia!

R. DANTAS

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