segunda-feira, 22 de outubro de 2018

DESMASCARO











Há tantas máscaras desnudadas,
âmagos inimagináveis revelados.
Rudes dizeres, hoje, emanados
em faces, antes, melindradas.

Há, também, olhares enviesados,
expressões de atitudes disfarçadas.
Desculpas frágeis são vomitadas
sob pífios gestos obstinados.

Revelam-se as mentes embotadas,
proliferam-se brados alucinados.
Os meliantes agora bem postados
e as insídias, ao léu, convocadas.

São faces de uma tosca idolatria,
sintomas de degradante insanidade.
Surdez que sinaliza comodidade!
Cegueira flertando com a patifaria!

Por qual via transitará a verdade?
Ou em qual porto haverá calmaria?
Não há argumento e, sim, histeria
e que se dane toda a humanidade!

Acordes grotescos de uma sinfonia:
eis a triste canção deste presente.
Na madrugada o silêncio penitente.
E todos os medos ao raiar o dia!

R. DANTAS

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

DESARME-SE



Esta “arma” que acolhe os meus dizeres,
nesta bela e todavia nação convulsionada,
obviamente carece ser o primacial instrumento.
Artefato em que colhemos os bons saberes,
sobretudo se eticamente a ela for agregada
a plena liberdade de ação e de pensamento.

E neste dia então consagrado aos professores,
mensageiros da palavra e do conhecimento,
serenamente carecemos combater a casta.
Suprimir azedumes, violências e dissabores.
E como meu amigo poeta prega com talento:
às vezes, com amor, “meio poema basta”!

R. Dantas

sábado, 13 de outubro de 2018

A PALAVRA




A palavra, bem sei, pode se perder ao vento,
mas, se honesta, pode igualmente bem guiar.
Um saber, uma vivência, um aconselhamento.
A palavra, se ética, educa e sobrevive ao tempo,
levando-nos, não raro, à prática do pensar.

Assim, no livre processo de fala e escuta
produz-se o diálogo, norteia-se o caminhar.
Não importa tanto a qualidade da labuta.
A palavra, se verdadeira, concorda ou refuta
no seu rico e valioso ato de se revelar!

QUERIDOS AMIGOS


O momento, dadas as lamentáveis exacerbações, requer de todos nós serenidade, inteligência e, em especial, responsabilidade, pois que, a partir do nosso soberano ato de votar, seremos todos partícipes - ativos ou passivos, protagonistas ou coadjuvantes – do projeto resultante então sufragado nas urnas. Não há como fugir desse envolvimento! Necessário refletir e apartar a insânia dos caminhos! 

Há, de fato, um considerável descontentamento conduzindo as atitudes de boa parte dos eleitores brasileiros, razão, dentre tantos fatores, das inúmeras improbidades político-administrativas propugnadas pelos representantes dos últimos governos, ainda que estes representassem partidos concorrentes, não compartilhassem das mesmas ideologias ou destoassem em suas práticas políticas. Há traumas e desencantos que, lamentável e perigosamente, têm oportunizado as condutas extremistas, não raro cegando àqueles que, sem o zelo necessário e as ponderações cabíveis, perdem-se, agora,  em querelas irreconciliáveis. Ainda que, sob um sistema democrático, deva se respeitar aos pensamentos e opções de cada qual, imperativo será sempre o livre e transparente diálogo, portanto o exercício da escuta, o qual deva se dar sob a égide da paz e até do humilde aprendizado. Afinal, oponente, em política, não deve necessariamente significar inimigo!

Assim, hoje mais do que nunca, consideradas as graves circunstâncias, há de se proceder a uma boa escolha, a uma opção política que permita, sobretudo, uma mínima governabilidade; que viabilize, sem desvios ou rupturas, a continuidade do Estado Democrático de Direito. Escolha, portanto, balizada em possíveis governanças e pactos democráticos para muito além dos insuflados egos e dos vis individualismos, afastando-se a terrível probabilidade de um “terceiro turno”!

R.Dantas
Out. 2018