VOLÚPIA
Tal um dolo casual,
apartei de mim o receio.
Atingi, sem zelo, o seio
da minha ânsia natural.
Sobrepus egos intratáveis,
em meio à borrasca insana.
Meus lençóis sujos na cama
desnudam atos profanáveis.
À cada caminho a surpresa,
à cada passo o inesperado.
Finda a noite e o dia chegado,
eis as cartas sobre a mesa.
Ah! Volúpia dos desenganos!
Ah! Destempero sem noção!
Os olhos distantes do coração.
E os dizeres crus e profanos.
R. Dantas
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