FIO D’ÁGUA
Filete d’água
luminoso,
córrego mágico da
infância.
Triste o vejo
minguando,
suas bordas
agonizando,
conduzindo a minha ânsia
por um ato milagroso.
Oh Deus que a tudo
provê,
enche essas águas de
ternuras.
Pois sua correnteza
sadia,
pura e cheia de
alegria
alimenta a tantas
criaturas
bastando para isso
correr.
E quanta poesia pode
criar
a partir de seus
barulhos sutis.
Quantas aves aqui
gorjeiam,
livres e leves
galanteiam
com piabinhas e lambaris
numa comunhão ímpar!
Filete d’água do velho
rio,
Barris das dádivas –
Uauá.
Pirilampo que me faz
sonhar.
Roberto Dantas
Dez / 14