sábado, 27 de dezembro de 2014

FIO D'ÁGUA




















FIO D’ÁGUA

Filete d’água luminoso,
córrego mágico da infância.
Triste o vejo minguando,
suas bordas agonizando,
conduzindo a  minha ânsia
por um ato milagroso.

Oh Deus que a tudo provê,
enche essas águas de ternuras.
Pois sua correnteza sadia,
pura e cheia de alegria
alimenta a tantas criaturas
bastando para isso correr.

E quanta poesia pode criar
a partir de seus barulhos sutis.
Quantas aves aqui gorjeiam,
livres e leves galanteiam
com piabinhas e lambaris
numa comunhão ímpar!

Filete d’água do velho rio,
Barris das dádivas – Uauá.
Pirilampo que me faz sonhar. 

Roberto Dantas
Dez / 14